RCD vs. MCB: Compreender as principais diferenças nos dispositivos de proteção eléctrica  

RCD vs. MCB: Compreendendo as Principais Diferenças nos Dispositivos de Proteção Elétrica

Um trabalhador da construção civil toca numa furadeira elétrica defeituosa. A corrente começa a fluir através do seu corpo para a terra — 28 miliamperes, depois 35. Suficiente para parar o seu coração.

Mas antes que a fibrilação ventricular comece, o circuito desliga. O RCD no painel temporário detetou um desequilíbrio de 30 mA e desligou a energia em 28 milissegundos. O trabalhador deixa cair a furadeira, abalado, mas vivo. O MCB ao lado desse RCD? Registou a corrente de falha, mas não fez nada — porque este não era o seu trabalho. A corrente que flui através do corpo desse trabalhador era minúscula em comparação com o que aciona um MCB, mas mais do que suficiente para matar.

Esta é a diferença fundamental entre a proteção RCD e MCB. Os RCDs detetam pequenas fugas de corrente que podem eletrocutar pessoas. Os MCBs detetam sobrecorrentes massivas que podem derreter fios e iniciar incêndios. Mesmo painel, diferentes ameaças, mecanismos de proteção completamente diferentes.

Confundir estes dois dispositivos — ou pior, pensar que um pode substituir o outro — cria lacunas na sua proteção elétrica que podem ser fatais. Este guia explica exatamente como os RCDs e os MCBs funcionam, quando usar cada um e por que a segurança ideal geralmente requer que ambos trabalhem juntos.

RCD vs MCB: Comparação Rápida

Antes de mergulhar em detalhes técnicos, aqui está o que separa estes dois dispositivos de proteção essenciais:

Fator RCD (Dispositivo de Corrente Residual) MCB (disjuntor miniatura)
Proteção Primária Choque elétrico (protege pessoas) Sobrecarga e curto-circuito (protege circuitos)
Detecta Desequilíbrio de corrente entre fase e neutro (fuga à terra) Corrente total que flui através do circuito
Sensibilidade 10 mA a 300 mA (tipicamente 30 mA para proteção de pessoal) 0,5A a 125A (dependente da classificação do circuito)
Tempo De Resposta 25-40 milissegundos na corrente residual nominal Térmico: segundos a minutos; Magnético: 5-10 milissegundos
Botão de teste Sim (deve ser testado trimestralmente) Sem botão de teste
Normas IEC 61008-1:2024 (RCCB), IEC 61009-1:2024 (RCBO) IEC 60898-1:2015+A1:2019
Tipos AC, A, F, B (com base na forma de onda), S (com atraso de tempo) B, C, D (com base no limiar de disparo magnético)
NÃO protegerá contra Sobrecarga ou curto-circuito Choque elétrico por fuga à terra
Typical Application Áreas húmidas, tomadas, estaleiros de construção, ligação à terra TT Proteção geral do circuito, iluminação, distribuição de energia

Conclusão: Um RCD sem um MCB deixa os seus circuitos vulneráveis a sobrecarga e incêndio. Um MCB sem um RCD deixa as pessoas vulneráveis a choque elétrico. Quase sempre precisa de ambos.

VIOX VOB3-63HDC MCB

O que é um RCD (Dispositivo de Corrente Residual)?

Um Dispositivo de Corrente Residual (RCD)—também chamado de Disjuntor de Corrente Residual (RCCB) ou Interruptor de Circuito de Falha de Terra (GFCI) na América do Norte — é um dispositivo de segurança elétrica projetado para prevenir choque elétrico, detetando fluxo de corrente anormal para a terra. Regidos pela IEC 61008-1:2024 para RCCBs autónomos e IEC 61009-1:2024 para RCBOs (RCD+MCB combinados), os RCDs são obrigatórios em muitas jurisdições para circuitos onde as pessoas podem entrar em contacto com partes condutoras expostas ou operar equipamentos em condições húmidas.

A “corrente residual” que o dispositivo monitoriza é a diferença entre a corrente que sai através do condutor de fase e a corrente que retorna através do condutor neutro. Em condições normais, estas duas correntes são iguais — cada eletrão que sai deve retornar através do caminho neutro. Mas quando algo corre mal — uma pessoa toca num fio de fase, a carcaça de uma ferramenta fica energizada, o isolamento falha dentro de um aparelho — alguma corrente encontra um caminho alternativo para a terra. Esse desequilíbrio é a corrente residual, e é isso que o RCD deteta.

Eis por que os RCDs salvam vidas: O controlo muscular humano é perdido a aproximadamente 10-15 mA de corrente através do corpo. A fibrilação ventricular (paragem cardíaca) começa por volta de 50-100 mA sustentados por um segundo. Um RCD típico para proteção de pessoal é classificado em 30 mA com um tempo de disparo de 25-40 milissegundos. Desconecta o circuito antes que corrente suficiente flua por tempo suficiente para parar o seu coração.

Os RCDs não protegem contra sobrecorrente ou curto-circuitos. Se sobrecarregar um circuito protegido apenas por um RCD — digamos, ligar um aquecedor de 3.000 W num circuito de tomada de 13A — o RCD ficará inativo enquanto o cabo sobreaquece. Esse é o trabalho do MCB. Os RCDs têm uma missão: detetar corrente a vazar para a terra e disparar antes que mate alguém.

Dica #1: Se um RCD disparar e não reiniciar, não continue a forçar. Algo está a causar fuga de corrente — um aparelho danificado, humidade numa caixa de junção ou isolamento do cabo deteriorado. Encontre e corrija a falha primeiro. Ignorar ou substituir o RCD sem resolver a causa raiz é jogar com a vida de alguém.

Como os RCDs Funcionam: O Sistema de Deteção que Salva Vidas

Dentro de cada RCD encontra-se um dispositivo notavelmente elegante: um transformador de corrente toroidal (também chamado de transformador diferencial). Este transformador compara continuamente a corrente no condutor de fase com a corrente no condutor neutro. Veja como funciona:

O Estado Normal (Sem Disparo)

Tanto o condutor de fase quanto o neutro passam pelo centro de um núcleo de ferrite toroidal. Em operação normal, 5A fluem através do fio de fase e exatamente 5A retornam através do fio neutro. Estas duas correntes criam campos magnéticos no núcleo toroidal que são iguais em magnitude, mas opostos em direção — eles cancelam-se mutuamente. Não existe fluxo magnético líquido no núcleo, então nenhuma tensão é induzida na bobina de deteção enrolada em torno do núcleo. O RCD permanece fechado.

O Estado de Falha (Disparo)

Agora ocorre uma falha: uma pessoa toca numa parte de fase exposta, ou o isolamento do cabo rompe-se, permitindo que 35 mA de corrente vazem para a terra. Agora 5,035A fluem através do fio de fase, mas apenas 5,000A retornam através do fio neutro. Os 35 mA em falta criam um desequilíbrio — os campos magnéticos deixam de se cancelar. Este desequilíbrio induz uma tensão na bobina de deteção, que aciona o mecanismo de disparo (geralmente um relé ou solenoide), abrindo mecanicamente os contactos e desligando o circuito.

Tudo isto acontece em 25 a 40 milissegundos na corrente residual nominal (a IEC 61008-1 exige o disparo dentro de 300 ms na IΔn nominal e muito mais rápido em correntes residuais mais altas). Para um RCD de 30 mA, o dispositivo deve disparar quando a corrente residual atinge 30 mA, mas normalmente dispara algures entre 15 mA (50% da classificação) e 30 mA (100% da classificação). A 150 mA (5× a classificação), o tempo de disparo cai para menos de 40 milissegundos.

O Botão de Teste

Cada RCD inclui um botão de teste que deve pressionar trimestralmente. Pressionar o botão de teste cria um desequilíbrio artificial, encaminhando uma pequena quantidade de corrente em torno do transformador toroidal, simulando uma falha de terra. Se o RCD não disparar quando pressiona o botão de teste, o dispositivo está com defeito e deve ser substituído imediatamente. Testar não é opcional — é a única maneira de verificar se o RCD funcionará quando a vida de alguém depender dele.

O que os RCDs Não Conseguem Detetar

Os RCDs têm pontos cegos. Eles não conseguem detetar:

  • Falhas fase-fase: Se alguém tocar simultaneamente na fase e no neutro (ou duas fases num sistema trifásico), a corrente entra através de um condutor e sai através de outro — sem desequilíbrio, sem disparo.
  • Sobrecarga ou curto-circuitos: Um curto-circuito entre fase e neutro cria um fluxo de corrente massivo, mas se estiver equilibrado (mesma corrente a sair e a voltar), o RCD não vê nada.
  • Falhas a jusante do RCD: Se a falha ocorrer no lado da carga do RCD, mas não envolver a terra, o RCD não ajudará.

É por isso que precisa de MCBs. Os RCDs são especialistas — fazem uma coisa brilhantemente, mas não são uma solução de proteção completa.

Dica #2: Se tiver vários RCDs num sistema e um continuar a disparar, a falha está num circuito protegido por esse RCD específico. Não troque os RCDs na esperança de que o problema desapareça — rastreie a falha isolando os circuitos um de cada vez até encontrar a carga ou o cabo ofensivo.

Diagrama do mecanismo interno do RCD mostrando o transformador toroidal
Figura 1: Mecanismo Interno do RCD. O transformador toroidal (transformador diferencial) compara continuamente a corrente no condutor de fase com o condutor neutro.

Tipos de RCD: Adequar o Dispositivo à Carga

Nem todos os RCDs são criados iguais. As cargas elétricas modernas — especialmente aquelas com eletrónica de potência — podem produzir correntes residuais que os designs de RCD mais antigos não detetarão de forma fiável. A IEC 60755 e as normas atualizadas IEC 61008-1:2024 / IEC 61009-1:2024 definem vários tipos de RCD com base na forma de onda que conseguem detetar:

Tipo AC: Apenas CA Senoidal

RCDs Tipo AC detetam apenas corrente alternada sinusoidal residual—a forma de onda tradicional de 50/60 Hz. Estes foram o design original dos RCDs e funcionam perfeitamente para cargas resistivas, aparelhos simples e motores CA tradicionais.

Limitação: Os RCDs Tipo AC podem falhar ao disparar—ou disparar de forma não fiável—quando a corrente residual contém componentes CC ou distorção de alta frequência. Muitos aparelhos modernos (acionamentos de frequência variável, carregadores de VE, placas de indução, inversores solares, drivers de LED) produzem correntes residuais CC retificadas ou pulsantes que os dispositivos Tipo AC não conseguem detetar de forma fiável.

Onde ainda é aceitável: Circuitos de iluminação com luminárias incandescentes ou fluorescentes básicas, aquecimento resistivo simples, circuitos que alimentam apenas aparelhos CA tradicionais. Mas mesmo aqui, o Tipo A está a tornar-se o padrão mais seguro.

Tipo A: CA + CC Pulsante

RCDs Tipo A detetam tanto a corrente residual CA sinusoidal quanto a corrente residual CC pulsante (retificada de meia onda ou onda completa). Isto torna-os adequados para a maioria das cargas residenciais e comerciais modernas, incluindo aparelhos monofásicos de velocidade variável, máquinas de lavar com controlos eletrónicos e eletrónica de consumo moderna.

Por que é importante: Uma máquina de secar roupa com um motor VFD, um frigorífico moderno com compressor inversor ou uma placa de indução podem todos produzir correntes residuais CC pulsantes em condições de falha. Um RCD Tipo AC pode não disparar de forma fiável. Os RCDs Tipo A são o padrão mínimo em muitas jurisdições europeias a partir de 2020+.

Dica #3: Se estiver a especificar proteção para qualquer circuito com acionamentos de velocidade variável, aparelhos inversores ou equipamentos HVAC modernos, opte pelo Tipo A como mínimo. O Tipo AC está a tornar-se cada vez mais obsoleto para qualquer coisa além de cargas resistivas básicas.

Tipo F: Proteção de Frequência Mais Alta

RCDs Tipo F (também chamados de Tipo A+ ou Tipo A com resposta de frequência aprimorada) detetam tudo o que o Tipo A deteta, além de correntes residuais de frequência mais alta e formas de onda compostas. São projetados para cargas com conversores de frequência e são especificados em algumas normas europeias para circuitos que alimentam equipamentos com front-ends de eletrónica de potência.

Tipo B: Espectro Completo de CC e CA

RCDs Tipo B detetam CA sinusoidal, CC pulsante e correntes residuais CC suaves até 1 kHz. CC suave é o grande diferenciador—é produzido por retificadores trifásicos, carregadores rápidos CC, inversores solares e alguns acionamentos industriais.

Por que o Tipo B é crítico para VEs: Os carregadores de veículos elétricos (especialmente carregadores rápidos CC e carregadores CA com controlo de Modo 3) podem produzir correntes de falha CC suaves que fluem para a terra através da terra de proteção. Um RCD Tipo A não detetará estas falhas de forma fiável. A IEC 62955 define Dispositivos de Deteção de Corrente CC Residual (RDC-DD) especificamente para equipamentos de carregamento de VE, e muitas jurisdições exigem proteção Tipo B ou RCD-DD para pontos de carregamento de VE.

Quando deve usar o Tipo B:

  • Equipamento de carregamento de VE (a menos que um RCD-DD esteja instalado no EVSE)
  • Instalações fotovoltaicas solares com inversores ligados à rede
  • Acionamentos industriais de frequência variável (retificadores trifásicos)
  • Equipamento médico com potencial significativo de fuga de CC

Tipo S (Seletivo / Atraso de Tempo)

Os RCDs Tipo S têm um atraso de tempo intencional (normalmente 40-100 ms mais longo do que os RCDs padrão) para fornecer seletividade em sistemas com vários RCDs em cascata. Instale um RCD Tipo S a montante (por exemplo, na entrada principal) e RCDs padrão a jusante em circuitos individuais. Se ocorrer uma falha num circuito de ramificação, o RCD a jusante dispara primeiro, deixando outros circuitos energizados.

Resumo do Diagrama de Fluxo de Seleção do Tipo de RCD

  • Apenas cargas resistivas (raro) → Tipo AC aceitável, mas o Tipo A é mais seguro
  • Residencial/comercial moderno (aparelhos, eletrónica) → Tipo A mínimo
  • Carregamento de VE, FV solar, VFDs trifásicos → Tipo B ou RCD-DD
  • Proteção em cascata (entrada principal) → Tipo S

O que é um MCB (Disjuntor Miniatura)?

Um Disjuntor em miniatura (MCB) é um interruptor elétrico operado automaticamente projetado para proteger circuitos elétricos contra danos causados por sobrecorrente—seja por sobrecarga prolongada ou curto-circuito repentino. Regido pela IEC 60898-1:2015+Emenda 1:2019 para instalações domésticas e similares, os MCBs substituíram em grande parte os fusíveis em quadros de distribuição modernos em todo o mundo porque são rearmáveis, mais rápidos e mais fiáveis.

O que torna um MCB diferente de um simples interruptor liga/desliga é o seu mecanismo de proteção dupla: proteção térmica para sobrecargas sustentadas (120-200% da corrente nominal ao longo de minutos) e proteção magnética para curtos-circuitos e falhas graves (centenas a milhares de por cento acima da corrente nominal, disparando em milissegundos).

Aqui está contra o que os MCBs protegem:

  • Sobrecargas: Um circuito classificado para 16A transportando continuamente 20A. O isolamento do cabo aquece lentamente além da sua classificação, eventualmente falhando e potencialmente iniciando um incêndio. O elemento térmico do MCB deteta esta sobrecorrente prolongada e dispara antes que ocorram danos no isolamento.
  • Curto-circuitos: Uma falha cria uma conexão aparafusada entre o vivo e o neutro (ou o vivo e a terra), permitindo que a corrente de falha seja limitada apenas pela impedância da fonte—potencialmente milhares de amperes. O elemento magnético do MCB dispara em 5-10 milissegundos, extinguindo o arco e evitando a vaporização do cabo.

Contra o que os MCBs NÃO protegem: Choque elétrico por fuga para a terra. Uma corrente de 30 mA através do corpo de uma pessoa é mais do que suficiente para matar, mas não está nem perto do limiar necessário para disparar até mesmo o MCB mais sensível.

Dica #4: Verifique as classificações do seu MCB em relação à capacidade de condução de corrente (CCC) do seu cabo. O MCB deve ser classificado igual ou abaixo da CCC do cabo para garantir que o MCB dispara antes que o cabo sobreaqueça.

Como os MCBs Funcionam: O Sistema de Duplo Guardião

Dentro de cada MCB estão dois mecanismos de proteção independentes, cada um otimizado para uma ameaça diferente: O Guardião Térmico (tira bimetálica) para sobrecargas sustentadas, e O Sniper Magnético (bobina solenóide) para falhas instantâneas de curto-circuito.

O Guardião Térmico: Proteção de Tira Bimetálica

Imagine dois metais diferentes—tipicamente latão e aço—ligados numa única tira. Quando a corrente flui através deste elemento bimetálico, ocorre aquecimento resistivo. Mas aqui está a parte inteligente: os dois metais expandem-se a taxas diferentes. O latão expande-se mais rápido do que o aço. À medida que a tira aquece, a expansão diferencial faz com que ela se dobre de forma previsível numa direção.

Quando o seu circuito está a transportar a corrente nominal (digamos, 16A num MCB C16), a tira bimetálica aquece até ao equilíbrio, mas não se dobra o suficiente para disparar. Empurre o circuito para 130% da corrente nominal (20,8A), e a tira começa a dobrar-se visivelmente. A 145% (23,2A), a tira dobra-se o suficiente para libertar um trinco mecânico, abrindo os contactos e interrompendo o circuito.

O Sniper Magnético: Disparo Eletromagnético Instantâneo

Para curtos-circuitos e falhas graves, esperar mesmo alguns segundos é demasiado lento. A corrente de falha pode vaporizar o cobre e inflamar materiais próximos em menos de 100 milissegundos. Entre o disparo magnético—a proteção instantânea do MCB.

Enrolada em torno de uma secção do percurso da corrente do MCB está uma bobina solenóide. Sob fluxo de corrente normal, o campo magnético gerado por esta bobina não é forte o suficiente para acionar nada. Mas quando a corrente de falha atinge—digamos, 160A nesse mesmo MCB C16 (10× a corrente nominal)—o campo magnético torna-se poderoso o suficiente para puxar um êmbolo ou armadura ferromagnética, disparando mecanicamente o trinco e abrindo os contactos.

Isto acontece em 5-10 milissegundos. Não é necessário aquecimento. Sem atraso de tempo. Apenas pura força eletromagnética proporcional à corrente.

Mecanismo interno do MCB mostrando unidades de disparo térmico e magnético
Figura 2: Mecanismo de Dupla Proteção do MCB. Esquerda: O Guardião Térmico (tira bimetálica). Direita: O Sniper Magnético (bobina solenoide).

Curvas de Disparo do MCB: Compreendendo B, C e D

Cada carga elétrica tem uma corrente de operação em regime permanente e uma corrente de irrupção— o breve pico quando a carga é energizada pela primeira vez. Se proteger um circuito de motor com o MCB errado, a corrente de irrupção do motor acionará o disparo magnético sempre que ligar o motor. É por isso que a IEC 60898-1 define três curvas de disparo:

Tipo B: Baixa Irrupção (3-5× In)

Aplicações típicas: Cargas puramente resistivas (aquecedores elétricos, iluminação incandescente), longos comprimentos de cabo onde a corrente de falha é naturalmente limitada pela impedância.

Quando evitar o Tipo B: Qualquer circuito com motores, transformadores ou fontes de alimentação comutadas.

Tipo C: Uso Geral (5-10× In)

Aplicações típicas: Iluminação geral (incluindo LED), equipamentos de aquecimento e arrefecimento, circuitos de energia residenciais e comerciais, equipamentos de escritório.

Escolha padrão: Se não tiver certeza de qual tipo especificar e a aplicação não for explicitamente de alta irrupção, opte pelo Tipo C. Ele lida com 90% das aplicações.

Tipo D: Alta Irrupção (10-20× In)

Aplicações típicas: Arranque direto de motores, transformadores, equipamentos de soldadura.

Quando o Tipo D é obrigatório: Motores com altos requisitos de torque de partida ou ciclos de trabalho frequentes de ligar-desligar.

Dica Profissional: A seleção incorreta da curva do MCB é a causa #1 de reclamações de disparos incômodos. Combine a curva com a carga.

RCD vs MCB: As Principais Diferenças

Recurso RCD MCB
Protege Pessoas (Choque) Circuitos e Equipamentos (Incêndio/Danos)
Método Deteta desequilíbrio de corrente (Fuga) Deteta magnitude da corrente (Calor/Magnético)
Sensibilidade Alto (mA) Baixo (Amperes)
Ponto Cego Sobrecarga/Curto-circuito Vazamento de Terra

Quando Usar RCD vs MCB: Guia de Aplicação

A questão não é “RCD ou MCB?”—é “onde preciso de RCD além de MCB?”

Cenários que Requerem Proteção RCD (além do MCB)

  • Locais úmidos e molhados: Casas de banho, cozinhas, áreas de lavandaria, tomadas externas (NEC 210.8, BS 7671 Seção 701).
  • Tomadas: Tomadas provavelmente para fornecer equipamentos portáteis.
  • Sistemas de Aterramento TT: Onde a impedância do loop de falha de terra é muito alta para o MCB sozinho.
  • Equipamento Específico: Carregamento de VE, Solar FV, Locais Médicos.

Cenários Onde o MCB Sozinho É Suficiente

  • Equipamento fixo em locais secos (inacessível a pessoas comuns).
  • Circuitos de iluminação em locais secos (dependendo do código local).
  • Circuitos dedicados para cargas fixas como aquecedores de água (áreas não molhadas).

Dica Profissional #6: Em caso de dúvida, adicione o RCD. O custo incremental é trivial em comparação com o custo de uma lesão por choque elétrico.

Fluxograma de seleção RCD vs MCB
Figura 4: Fluxograma de Seleção RCD vs MCB. Comece com a ameaça contra a qual está a proteger.

Combinando RCD e MCB para Proteção Completa

Abordagem 1: RCD + MCB Separados

Instale um RCD a montante (mais perto da fonte) protegendo um grupo de MCBs a jusante.

  • Vantagem: Custo-benefício.
  • Desvantagem: Se o RCD disparar, todos os circuitos a jusante perdem energia.

Abordagem 2: RCBO (Disjuntor de Corrente Residual com Proteção contra Sobrecarga)

Um RCBO combina a funcionalidade de RCD e MCB num único dispositivo.

  • Vantagem: Proteção independente por circuito. Melhor diagnóstico de falhas.
  • Desvantagem: Custo mais alto por circuito.
Diagrama de fiação da unidade consumidora mostrando RCD de carga dividida
Figura 3: Configuração da Cablagem da Unidade Consumidora. Este diagrama mostra uma unidade consumidora típica de carga dividida com RCD protegendo circuitos específicos.

Erros comuns de instalação e como evitá-los

  • Erro #1: Usar MCB Sozinho em Locais Húmidos. Correção: Instale proteção RCD de 30 mA.
  • Erro #2: Tipo de RCD Errado para Cargas Modernas. Correção: Use Tipo A ou Tipo B para acionamentos de velocidade variável/VEs.
  • Erro #3: Neutros Partilhados em Circuitos Protegidos por RCD. Correção: Garanta que cada circuito RCD tenha um neutro dedicado.
  • Erro #4: MCB superdimensionado para a capacidade do cabo. Correção: Selecione a corrente nominal do MCB ≤ capacidade de condução de corrente (CCC) do cabo.
  • Erro #5: Ignorar o botão de teste do RCD. Correção: Testar trimestralmente.

Perguntas Frequentes

Posso substituir um MCB por um RCD?

Não. Um MCB protege contra sobrecorrente; um RCD protege contra choque. Você precisa de ambos.

Com que frequência devo testar meu RCD?

Teste cada RCD pelo menos trimestralmente (a cada 3 meses) usando o botão de teste integrado.

Por que meu RCD continua desarmando?

As causas comuns incluem falhas de aterramento genuínas, fuga cumulativa de muitos aparelhos, surtos transitórios ou erros de fiação de neutro compartilhado.


Normas e Fontes Referenciadas

  • IEC 61008-1:2024 (RCCBs)
  • IEC 61009-1:2024 (RCBOs)
  • IEC 60898-1:2015+A1:2019 (MCBs)
  • IEC 62955:2018 (RDC-DD para EVs)
  • NEC 2023 (NFPA 70)
  • BS 7671:2018+A2:2022

Declaração de Atualidade: Todas as especificações técnicas, normas e dados de segurança precisos a partir de novembro de 2025.


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Oi, eu sou o zé, um profissional dedicado, com 12 anos de experiência na indústria elétrica. Em VIOX Elétrico, o meu foco é no fornecimento de alta qualidade elétrica de soluções sob medida para atender as necessidades de nossos clientes. Minha experiência abrange automação industrial, fiação residencial, comercial e sistemas elétricos.Contacte-me [email protected] se vc tiver alguma dúvida.

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